quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A percepção como Representação

As percepções não são cópias do mundo à nossa volta. A percepção não reproduz o mundo como um espelho, o cérebro não regista o mundo exterior como um fotógrafo: constrói uma representação mental ou imagem da realidade. É no cérebro que se vão estruturar e organizar as representações do mundo, é no cérebro que se dá sentido ao que vemos e ouvimos. A informação proveniente dos órgãos sensoriais é tratada pelo cérebro e é nesta estrutura que ganha sentido e significado.

A interpretação da Realidade

A visão que temos do mundo não é a reprodução da realidade, mas uma interpretação. Para a interpretar a informação dos estímulos captados pela visão, o homem serve-se de algumas estratégias, como a:
Constância perceptiva  – capacidade de percepcionar os objectos do mesmo modo e com os seus atributos básicos, apesar de serem captados de ângulos e distâncias diferentes. Mesmo que os estímulos sejam alterados, há uma resistência à mudança da percepção que efectuamos. Graças a esta capacidade o mundo apresenta-se com uma relativa estabilidade. Isto sucede-se ao nível da visão, com o tamanho, a forma e a cor.
  • De tamanho  – percepcionamos o tamanho de um objecto ou de uma pessoa independentemente da distância a que se encontre. 
  • De forma – percebemos a forma do objecto, independentemente do ângulo a partir do qual vemos (intervêm a experiência anterior do sujeito, as memórias armazenadas, as aprendizagens do sujeito, etc).
  • Do brilho e da cor  – nós mantemos constantes o brilho e a cor dos objectos, mesmo quando as circunstâncias físicas nos dão outra informação. (ex: percepcionamos uma casa branca em plena luz do sol e mantemos constante a cor à noite).
A imagem que temos do mundo é construída: “corrigimos” mentalmente, e de modo automático, o conteúdo da nossa percepção de modo a manter a regularidade do mundo externo. Estas características da percepção facilitam a adaptação ao meio, dando consistência ao mundo que nos rodeia.
A percepção é um processo cognitivo complexo em que intervêm as nossas estruturas fisiológicas (os receptores sensoriais, as estruturas do sistema nervoso) e as nossas experiências pessoais (que dão sentido e significado ao que percepcionamos).

1 comentários:

Alejandro Knaesel Arrabal disse...

Para contribuir com o tema, sugiro consultar estes links:

http://www.praticadapesquisa.com.br/2010/12/inconsistencias-no-processo-cognitivo.html

http://www.praticadapesquisa.com.br/2011/01/inconsistencias-no-processo-cognitivo.html

Cordialmente,
Prof. Alejandro Knaesel Arrabal

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