A imaturidade do bebé humano torna-o dependente dos adultos e dos cuidados dispensados por estes para sobreviver física e psiquicamente.
Competências básicas do bebé:
No sentido de desencadear comportamentos que satisfaçam as suas necessidades, o bebé apresenta um conjunto de capacidades e competências que lhe permite enviar sinais para os adultos que, por sua vez, estão predispostos a responder-lhe.
Processo de regulação mútua: processo através do qual o bebé e os progenitores comunicam estados emocionais e respondem de modo adequado.
O bebé é, assim, um sujeito activo que emite sinais daquilo que pretende e que responde, com agrado ou desagrado, ao tratamento disponibilizado. O choro, o sorriso, as expressões faciais e as vocalizações são alguns dos meios a que o bebé recorre para manifestar as suas necessidades e obter a sua satisfação. São estratégias para seduzir os adultos, impedindo que os abandonem.
® Os primeiros sorrisos de qualquer bebé são automáticos, reflexos e involuntários. Resultam muitas vezes da actividade do sistema nervoso central. É por volta do 2º/3º mês de idade que o sorriso se torna num meio de comunicação intencional. A partir dos 6 meses, o bebé passa a sorrir só para as pessoas que conhece: é um sorriso social. O sorriso é um sinal que reforça os comportamentos positivos do adulto favorecendo a sua repetição.
® O choro é o meio mais eficaz para manifestar uma necessidade ou um mal-estar.
® As vocalizações vão evoluindo desde cadeias de sílabas repetitivas – lalação- para forma de conversa e são um reforço para a atenção dispensada pelos adultos.
Competências básicas da mãe:
Uma interacção equilibrada exige que a mãe interprete adequadamente os sinais emitidos pelo bebé e que responda de forma apropriada.
No primeiro ano de vida, o bebé mantém uma relação privilegiada com a mãe, que oscila entre a confiança e a desconfiança. A sensibilidade e a disponibilidade da mãe face às necessidades do bebé e o prazer mútuo nas interacções que se estabelecem propiciam um sentimento interno de segurança, que é gerador de uma confiança básica que permite ao bebé encarar o mundo de forma positiva. Se pelo contrário, a mãe não responde às necessidades do seu filho de forma continuada, desencadeiam-se sentimentos de ansiedade que têm consequências negativas no desenvolvimento da personalidade, da autoconfiança e das interacções sociais futuras.
Modelo continente-conteúdo: o bebé vivencia medos, emoções, receios, angústia e a mãe deve constituir o continente, isto é, deve ser a depositária dos sentimentos contraditórios vividos pelo seu filho. Uma mãe continente reage às necessidades do bebé dando acolhimento à angústia e à ansiedade do filho sem as devolver através de comportamentos ou atitudes ansiosas e angustiadas: transforma inquietação em segurança, desconforto em bem-estar, fazendo-o sentir-se amado e compreendido.
Fantasias da mãe face ao bebé:
A relação mãe/bebé inicia-se logo quando a mulher sabe que está grávida. Durante a gravidez, fazem-se suposições e projectos relativamente à criança, que vão desde os simples passeios ao seu futuro mais sério e longínquo. Os futuros pais devaneiam sobre como vai ser uma nova vida com o seu filho. Constrói-se, assim, um vínculo a um bebé imaginário que se ajustará, após ao nascimento, ao bebé real.
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