segunda-feira, 10 de maio de 2010

Como Aprendes, Quando Aprendes

A aprendizagem é um processo pessoal, que envolve a totalidade da pessoa: o seu pensamento, as suas emoções, sentimentos e afectos, a sua história de vida. Ao aprender, o ser humano modifica-se e reorganiza-se interiormente. O modo como integramos uma informação ou novos conhecimentos resulta de uma síntese entre o que somos e o que sabemos, entre as representações do mundo que possuímos e o que se nos apresenta de novo. É isto que explica também que uma mesma informação tenha significados diferentes para diferentes sujeitos. Daí que não se possa ensinar a mesma coisa do mesmo modo a todas as pessoas.

  • A motivação - Aprende-se melhor e mais depressa se se tiver motivação. Motivado, tem-se uma atitude activa e empenhada no processo de aprendizagem e, por isso, aprende-se melhor. A motivação pode ocorrer durante o processo de aprendizagem, e não logo ao inicio.

  • Os conhecimentos anteriores – Há conhecimentos, aprendizagens prévias, que, se não tiverem sido concretizados, não te permitem aprender. Uma nova aprendizagem só acontece quando o material novo se incorpora, se relaciona, com os conhecimentos e saberes que possuímos.

  • A quantidade de informação – A nossa possibilidade de aprender novas informações é limitada: não podemos integrar grandes quantidades de informação ao mesmo tempo. Por essa razão, é necessário proceder-se a uma selecção da informação relevante organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem.

  • A diversificação das actividades – A forma como aprendes pode determinar, em grande parte, o que aprendes. Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema, quanto mais diferenciadas forem as tarefas, maior é a motivação e a concentração e melhor decorre a aprendizagem.

  • A planificação e a organização – A definição clara de objectivos, a selecção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem bem-sucedida.

  • A cooperação – Determinados tipos de problemas são mais bem resolvidos e a aprendizagem é mais eficaz se trabalharmos de forma cooperativa. A aprendizagem cooperativa, ao implicar a interacção e a ajuda mútua, possibilita a resolução de problemas complexos de forma mais eficaz e complexa.

domingo, 9 de maio de 2010

Aprendizagem Simbólica


APRENDIZAGEM POR OBSERVAÇÃO E IMITAÇÃO, Aprendizagem social ou Aprendizagem por modelação – Albert Bandura

Muito do que o ser humano aprende ocorre em contexto social, ao longo do processo de socialização, observando e imitando os outros. É através de um processo – modelação – que envolve a observação, a imitação e a integração, que uma pessoa pode aprender um comportamento que passa a fazer parte do seu quadro de respostas.

Mas porque é que as crianças que observam comportamentos agressivos não as reproduzem?

Tal como noutros comportamentos, o ser humano não está programado para agir de forma determinada, é a sua flexibilidade e plasticidade que o leva a escapar-se de programas fechados e deterministas. Observar e reter comportamentos agressivos não basta para os imitar. A fase de execução implica factores internos do próprio sujeito.

Da teoria da aprendizagem social para a teoria cognitiva e social

Cada indivíduo possui um conjunto de competências que permitem a aprendizagem e o desenvolvimento: capacidade reflexiva para avaliar o ambiente e se avaliar a si próprio.

Bandura escreve que os sujeitos “formam intenções que incluem planos e estratégias de acção para realizá-las”, criam objectivos para si mesmos e antecipam os resultados prováveis das suas acções e, por fim, auto-investigam e auto-avaliam as suas acções e o seu funcionamento.

APRENDIZAGEM COM RECURSO A SÍMBOLOS E REPRESENTAÇÕES

·         Aquisição de conhecimentos

Cada indivíduo tem esquemas cognitivos prévios – estruturas dinâmicas que lhe proporcionam os conhecimentos que já possui e integram os conhecimentos novos – que lhe permitem enquadrar novas aquisições. Os novos conhecimentos podem aumentar e enriquecer os esquemas cognitivos preexistentes, podem modificá-los ou podem suscitar a criação de novos esquemas. Só há aprendizagem se houver esta ralação, este processo de integração.

·         Aquisição de procedimentos e competências

Para se executar determinada tarefa, tem que se desenvolver um conjunto de acções concertadas, que se designam por procedimentos.

Sempre que surge a necessidade de aprender algo novo, uma nova competência, mobilizamos os esquemas gerais relacionados. Por exemplo, se preciso de aprender a andar de mota, vou recuperar, da minha memória a longo prazo, o que sei sobre andar de bicicleta. Aplico os esquemas gerais desta competência à nova tarefa, fazendo as adaptações necessárias, integrando os novos elementos que me permitem ser eficaz. Com a repetição, vou progressivamente corrigindo as acções inadequadas, repetir as que avalio como adequadas, até o processo se tornar adequado. Fica assim assegurado que, mesmo daqui a muito tempo, posso recuperar este “saber fazer”.

Aprendizagem Associativa

APRENDIZAGEM ASSOCIATIVA (mais complexa que a aprendizagem não associativa dado que para se aprender tem de se associar estímulos e respostas)

·         Condicionamento Clássico - Ivan Pavlov

Experiência realizada por Pavlov para estudar os reflexos digestivos do cão:


O cão aprendeu a salivar ao som da campainha.

Este tipo de aprendizagem está presente quer nos animais quer nos seres humanos. É uma aprendizagem que não envolve a vontade do sujeito: o sujeito é passivo.

A resposta condicionada pode ser extinta: se o estímulo condicionado fosse apresentado várias vezes sem ser seguido do estímulo incondicionado, a resposta condicionada acabava por desaparecer.

·         Condicionamento Operante – Skinner

Experiência realizada por Skinner com ratos utilizando a “caixa operante” ou “caixa de Skinner”:

  1.          Colocou o rato na caixa operante
  2.          O animal explora o ambiente cheirando, deambulando no interior da gaiola
  3.          Por acaso, selecciona a alavanca recebendo uma porção de alimento
  4.          A partir de várias tentativas bem-sucedidas, o rato passa a premir a alavanca para receber alimento.


O rato aprendeu a obter alimento: graças ao reforço (positivo), o animal aprendeu a carregar na alavanca.

Reforço negativo não é = Castigo

Enquanto o reforço negativo visa aumentar a ocorrência do comportamento, o castigo visa diminuir ou evitar que um comportamento não desejável se repita.

A recompensa é o procedimento ou estímulo usado para aumentar a probabilidade de resposta. Corresponde ao reforço positivo do condicionamento operante.